Bem vindo 2019
O ano começou com
muita energia para os integrantes da Associação Cultural Capoeira na Escola. Os
treinamentos de adultos e graduados já foram retomados e, em breve acontecerá a
reunião de avaliação de 2018 e de projeção para 2019.
Para as crianças, as
ações para efetivação da parceria entre a ACCAES e a Prefeitura Municipal de
Biguaçu tiveram início e manteremos comunicação com as famílias assim que
houver a concretização.
Já no início de
fevereiro (data a confirmar), faremos nossa roda de verão, que este ano
acontecerá na Praia da Igrejinha da Armação da Piedade. Esta atividade é aberta
a qualquer interessado.
Registro I: Destaque em 2018
Como forma de estimular os
praticantes das diversas modalidades oferecidas pela municipalidade de Biguaçu,
a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer oferece anualmente
um troféu de reconhecimento. Em 2018, o destaque ficou com Wendel Bezerra Nunes,
que iniciou de maneira informal na Capoeira quando acompanhava os treinamentos
das irmãs Wesla e Franciesla, que o levavam junto para que
conhecesse a arte que elas praticavam na Associação dos Servidores do
Município de Biguaçu (Asmub) com o Mestre Tuti.
Nessa época, o
pequeno Wendel ainda tinha dois anos de idade.
Começou a treinar formalmente quando completou cinco anos de idade. Dali para
frente foi um desenvolvimento muito rápido, participando de várias competições
de Capoeira e conquistando medalhas nos festivais Jogo de Ouro e Pulo do Gato.
Dificilmente Wendel falta aos treinamentos e rodas, o que faz com
que seja acelerado o aprendizado dos movimentos e da musicalidade da
Capoeira. Hoje, na 4ª corda da graduação infantil, crua e
marrom-escuro, Wendel impressiona em todas as
apresentações, rodas e eventos que participa pela técnica apurada e pelo
carisma singular que possui.
Por tudo isso, a
Associação Cultural Capoeira na Escola sentiu-se honrada em poder indicar o
nome de Wendel Bezerra Nunes à homenagem
concedida com o Troféu Cláudio Alvim Barbosa (Poeta Zinhinho) – 2018.
Wendel na parada de cabeça |
Destaques do esporte e da cultura |
Registro II: Professor Corcel é conselheiro do CMDCA
O Secretário Municipal de Assistência Social e
Habitação de Biguaçu, Marcelo dos Santos, no dia 12 de dezembro, em assembleia
solene, deu posse aos conselheiros eleitos representando a sociedade civil e
aos conselheiros indicados representando o governo municipal para a gestão do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Biguaçu (CMDCA),
no período de 2018 a 2020.
Marcelo Barbosa Cruz, o professor Corcel, é o
conselheiro que representa a ACCAES.
Texto: Salvador – A
importância da Cultura e do Conhecimento
Por:
Lucas da Silva (Instrutor Axe)
Salvador é sem duvidas é uma referencia
quando falamos em turismo, pessoas de todo o mundo escolhem a capital baiana
como um lugar para curtir suas férias e se envolver na magia que aquele lugar
transmite.
Entre
rodas de capoeira, acarajés e outras comidas típicas, pontos turísticos e
praias paradisíacas, a cidade que foi a primeira capital do nosso país
conquista a cada ano o carinho de cada pessoa que pisa naquele chão. Porém,
como quase toda capital brasileira, tem suas contradições. É possível encher-se
de axé pela energia dos pontos turísticos, e, alguns quilômetros ou metros mais
distantes, ver uma realidade de pobreza, de guetos e comunidades normais em
todo o país. E o choque entre esses dois pontos é o que procuro escrever neste
texto.
Salvador
se destaca entre as capitais brasileiras pelo seu carinho com a memória. A
cidade só é o que é graças àqueles que foram sequestrados e resistiram contra a
escravidão através da cultura, luta e outros meios. E essa cultura de
resistência, do povo que lutou através de pernadas, do canto, das músicas e
diversas outras ações, que se recriou no Brasil, é o que dá vida à capital. Sem
esse povo e seu modo de ser, talvez Salvador não fosse conhecida mundialmente
como é. E este é o ponto em que queria chegar, alguns dos locais que guardam
esta história e cultura: os museus.
Próximo
ao Centro Histórico de Salvador existem vários museus que mantém viva a
história não só da cidade, mas como a do Brasil. Entre os que posso destacar
por ter visitado estão o Museu afro-brasileiro da UFBA, a Casa do Benin, o
Centro Cultural Solar Ferrão, Museu arqueológico da UFBA e o Museu Tempostal.
Esses são apenas alguns fora outros que existem nas proximidades.
Em
cada um destes museus, a riqueza de informações sobre a cultura do povo africano
e indígena que construiu esse país é impressionante. As explicações sobre o
modo de vida, organização, tecnologia, religião, música e entre outros fascina
qualquer um que entre nestes ambientes.
Já tinha uma leve noção de como as sociedades
africanas eram avançadas através de algumas leituras sobre o Quilombo dos
Palmares e a tecnologia que ali era utilizada, mas ver com os próprios olhos
tantos artefatos e informações precisas me emocionou e ao mesmo tempo me trouxe
uma indagação sobre um ponto que falei acima: o atrito entre a realidade do
Centro Histórico de Salvador (que atrai tantos turistas) e a pobreza em grande
escala da cidade.
Essa
inquietude se dá pelo fato de saber que mesmo os povos africanos tendo uma
história de riqueza intelectual e cultural, hoje seus descendentes no Brasil
estão em maioria em situação de pobreza, afastados de muitos conhecimentos que
seus ancestrais construíram.
Por
outro lado, a história se repete, e o que um dia surgiu como luta dentro das
senzalas, hoje acontece na periferia, onde a cultura mais uma vez surge como
forma de resistência contra o descaso do Estado com a população que construiu
esse país.
O
plano de separar os africanos não somente do seu local de origem, mas também da
sua cultura foi a estratégia utilizada para tentar transformar essas pessoas em
seres ignorantes e dependentes. Será que este plano continua hoje em dia?
Será
que as periferias brasileiras sofreriam tanto com problemas de saneamento
básico, de moradias inapropriadas, problemas de saúde, fome, violência, e entre
tantas adversidades, se o povo que é maioria nestes locais ainda tivesse uma
ligação com sua cultura e tecnologia ancestral? Será que o povo dos guetos de
Salvador tem acesso a todo conhecimento e informação existente nos museus (ou
até ao Centro Histórico), ou um estrangeiro do outro lado do mundo tem mais
facilidade a esses locais? Creio que vale a reflexão.
Para
uma melhor compreensão visite Salvador e conheça seus museus, o Centro
Histórico nos dá uma aula de como valorizar nossa cultura, e obviamente,
presenteia-nos com uma porção de reflexões e questionamentos sobre nós e nossa
realidade brasileira.
Axé.