quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Atualização 2019 01 17


Bem vindo 2019       
O ano começou com muita energia para os integrantes da Associação Cultural Capoeira na Escola. Os treinamentos de adultos e graduados já foram retomados e, em breve acontecerá a reunião de avaliação de 2018 e de projeção para 2019.
Para as crianças, as ações para efetivação da parceria entre a ACCAES e a Prefeitura Municipal de Biguaçu tiveram início e manteremos comunicação com as famílias assim que houver a concretização.
Já no início de fevereiro (data a confirmar), faremos nossa roda de verão, que este ano acontecerá na Praia da Igrejinha da Armação da Piedade. Esta atividade é aberta a qualquer interessado.

Registro I: Destaque em 2018
            Como forma de estimular os praticantes das diversas modalidades oferecidas pela municipalidade de Biguaçu, a Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer oferece anualmente um troféu de reconhecimento. Em 2018, o destaque ficou com Wendel Bezerra Nunes, que iniciou de maneira informal na Capoeira quando acompanhava os treinamentos das irmãs Wesla e Franciesla, que o levavam junto para que conhecesse a arte que elas praticavam na Associação dos Servidores do Município de Biguaçu (Asmub) com o Mestre Tuti.
Nessa época, o pequeno Wendel ainda tinha dois anos de idade. Começou a treinar formalmente quando completou cinco anos de idade. Dali para frente foi um desenvolvimento muito rápido, participando de várias competições de Capoeira e conquistando medalhas nos festivais Jogo de Ouro e Pulo do Gato.
Dificilmente Wendel falta aos treinamentos e rodas, o que faz com que seja acelerado o aprendizado dos movimentos e da musicalidade da Capoeira. Hoje, na 4ª corda da graduação infantil, crua e marrom-escuro, Wendel impressiona em todas as apresentações, rodas e eventos que participa pela técnica apurada e pelo carisma singular que possui.
Por tudo isso, a Associação Cultural Capoeira na Escola sentiu-se honrada em poder indicar o nome de Wendel Bezerra Nunes à homenagem concedida com o Troféu Cláudio Alvim Barbosa (Poeta Zinhinho) – 2018.

Wendel na parada de cabeça



















Destaques do esporte e da cultura

Registro II: Professor Corcel é conselheiro do CMDCA
O Secretário Municipal de Assistência Social e Habitação de Biguaçu, Marcelo dos Santos, no dia 12 de dezembro, em assembleia solene, deu posse aos conselheiros eleitos representando a sociedade civil e aos conselheiros indicados representando o governo municipal para a gestão do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Biguaçu (CMDCA), no período de 2018 a 2020.
Marcelo Barbosa Cruz, o professor Corcel, é o conselheiro que representa a ACCAES.

Conselho CMDCA


Texto: Salvador – A importância da Cultura e do Conhecimento
Por: Lucas da Silva (Instrutor Axe)

           Salvador é sem duvidas é uma referencia quando falamos em turismo, pessoas de todo o mundo escolhem a capital baiana como um lugar para curtir suas férias e se envolver na magia que aquele lugar transmite.
            Entre rodas de capoeira, acarajés e outras comidas típicas, pontos turísticos e praias paradisíacas, a cidade que foi a primeira capital do nosso país conquista a cada ano o carinho de cada pessoa que pisa naquele chão. Porém, como quase toda capital brasileira, tem suas contradições. É possível encher-se de axé pela energia dos pontos turísticos, e, alguns quilômetros ou metros mais distantes, ver uma realidade de pobreza, de guetos e comunidades normais em todo o país. E o choque entre esses dois pontos é o que procuro escrever neste texto.
            Salvador se destaca entre as capitais brasileiras pelo seu carinho com a memória. A cidade só é o que é graças àqueles que foram sequestrados e resistiram contra a escravidão através da cultura, luta e outros meios. E essa cultura de resistência, do povo que lutou através de pernadas, do canto, das músicas e diversas outras ações, que se recriou no Brasil, é o que dá vida à capital. Sem esse povo e seu modo de ser, talvez Salvador não fosse conhecida mundialmente como é. E este é o ponto em que queria chegar, alguns dos locais que guardam esta história e cultura: os museus.
            Próximo ao Centro Histórico de Salvador existem vários museus que mantém viva a história não só da cidade, mas como a do Brasil. Entre os que posso destacar por ter visitado estão o Museu afro-brasileiro da UFBA, a Casa do Benin, o Centro Cultural Solar Ferrão, Museu arqueológico da UFBA e o Museu Tempostal. Esses são apenas alguns fora outros que existem nas proximidades.
            Em cada um destes museus, a riqueza de informações sobre a cultura do povo africano e indígena que construiu esse país é impressionante. As explicações sobre o modo de vida, organização, tecnologia, religião, música e entre outros fascina qualquer um que entre nestes ambientes.
Já tinha uma leve noção de como as sociedades africanas eram avançadas através de algumas leituras sobre o Quilombo dos Palmares e a tecnologia que ali era utilizada, mas ver com os próprios olhos tantos artefatos e informações precisas me emocionou e ao mesmo tempo me trouxe uma indagação sobre um ponto que falei acima: o atrito entre a realidade do Centro Histórico de Salvador (que atrai tantos turistas) e a pobreza em grande escala da cidade.
            Essa inquietude se dá pelo fato de saber que mesmo os povos africanos tendo uma história de riqueza intelectual e cultural, hoje seus descendentes no Brasil estão em maioria em situação de pobreza, afastados de muitos conhecimentos que seus ancestrais construíram.
            Por outro lado, a história se repete, e o que um dia surgiu como luta dentro das senzalas, hoje acontece na periferia, onde a cultura mais uma vez surge como forma de resistência contra o descaso do Estado com a população que construiu esse país.
            O plano de separar os africanos não somente do seu local de origem, mas também da sua cultura foi a estratégia utilizada para tentar transformar essas pessoas em seres ignorantes e dependentes. Será que este plano continua hoje em dia?
            Será que as periferias brasileiras sofreriam tanto com problemas de saneamento básico, de moradias inapropriadas, problemas de saúde, fome, violência, e entre tantas adversidades, se o povo que é maioria nestes locais ainda tivesse uma ligação com sua cultura e tecnologia ancestral? Será que o povo dos guetos de Salvador tem acesso a todo conhecimento e informação existente nos museus (ou até ao Centro Histórico), ou um estrangeiro do outro lado do mundo tem mais facilidade a esses locais? Creio que vale a reflexão.
            Para uma melhor compreensão visite Salvador e conheça seus museus, o Centro Histórico nos dá uma aula de como valorizar nossa cultura, e obviamente, presenteia-nos com uma porção de reflexões e questionamentos sobre nós e nossa realidade brasileira.
Axé.