quinta-feira, 29 de junho de 2017

Atualização 2017 06 29

Arraiá da Capoeira

No próximo sábado, acontecerá a Roda Julina do Projeto Capoeira na Escola. Será às 17h, na Associação de Moradores do Bairro Tijuquinhas. A entrada, a alimentação e as brincadeiras são gratuitas e os alunos devem estar vestidos a caráter.



Semana Inclusiva

Em setembro, de 18 a 24, acontecerá a Semana Inclusiva 2017, ação que visa à conscientização das empresas ao cumprimento da Lei de Cotas para inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. No momento, também se debate sobre os diversos direitos que esse público tem, mas que são negligenciados pela sociedade.
Dentro da programação, acontecerão um Seminário Esportivo com a presença do medalhista paralímpico de natação, Clodoaldo Silva, e também o encerramento da Semana no Parque de Coqueiros, no qual a Capoeira estará presente.



Edital Elisabete Anderle

O Edital Elisabete Anderle teve recorde de inscrições. Foram mais de 1800 projetos inscritos que passarão agora pela fase de habilitação com posterior seleção e divulgação dos vencedores.
O aumento no número de projetos se deu pela renovação no uso de uma plataforma digital específica para o Edital.
Na última edição, apenas quatro projetos relacionados à Capoeira foram contemplados, número pequeno em relação à quantidade de praticantes no estado.


quinta-feira, 22 de junho de 2017

Viva o Mestre Boinha, camará...

Maracangalha é o Céu?

No meio de uma das aulas da manhã, meu aluno Tarzan me liga. Como não pude atender, retorno em seguida para levar uma rasteira de uma informação triste. Ainda cambaleante, ligo para o Mestre Cafuné para prestar condolências e buscar forças em outro veterano Mestre. Do papo com esse pensador ficou o seguinte:
“Nosso Mestre Boinha descansou.
Para nós, fica a saudade, mas para ele foi um sofrimento que possivelmente terminou. Pelo egoísmo, gostaríamos de sua presença constante, só que nem tudo é como queremos, e viver como ele estava vivendo, sem poder estar pleno na Capoeira e com a saúde muito abalada, estava sendo um martírio.
Agora, Tuti, quando fizerem uma roda de Capoeira Regional, cantem "A Iúna é mandingueira quando tá no ‘bebedô’...” para saudar nosso amigo, a quadra que ele tanto gostava.”.
            Mestre Cafuné me jogou para cima e eu pude lembrar os momentos bons com o Mestre Boinha: os sambas no Nordeste de Amaralina até o sol raiar; a primeira vez que vi aquele senhor fazendo os balões da cintura desprezada; as inúmeras vezes que veio a Santa Catarina; a relação dele com nossas crianças e com as pessoas com deficiência, as quais tinha um carinho especial (Raposa ainda me perguntou por ele esses dias...); a sua história inicial na Capoeira, quando sentiu uma desaprovação em uma roda de rua de Salvador pelo fato de ser branco e depois teve a aceitação de Mestre Bimba para ser seu aluno; a participação em nossa ‘Noite do Conto’ em que descreveu a tristeza de não ter conseguido jogar Capoeira para que seus pais pudessem ver; as suas falas emocionadas retratando todo o amor pelos ensinamentos de Mestre Bimba; as gargalhas contagiantes... tanta coisa boa!
            Devo muito ao Mestre Boinha, inclusive o meu reconhecimento como Mestre de Capoeira foi um movimento iniciado por ele. Tal grande era nossa amizade que ele dizia que, se preciso fosse, ele viria de bicicleta de Salvador até Biguaçu.
            Lá foi ele... com o braço levantado e cantando “Eu vou pra Maracangalha, eu vou...” enquanto eu, com essas frases tortas e com a auto-promessa de lutar cada vez mais pela Capoeira, faço a minha catarse para vencer o medo de não ter mais a sua presença física tão importante para mim.
Viva o Mestre Boinha, camará...