domingo, 27 de abril de 2014

Dinheiro e invisibilidade são antônimos


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Djavan, Lupita e o meu argumento

Há um tempo, circulava por e-mail o link de um vídeo de Morgan Freeman desconsiderando a data relacionada à Consciência Negra. Eu respondi da seguinte forma a quem me enviou:

Morgan Freeman é um excelente ator, mas, por ser milionário, não sente a necessidade da oportunidade de discussão que a data oferece; logo, as agruras sofridas pelos negros pobres dos guetos americanos não afetam alguém com o perfil sócio-econômico dele. A cor do ator passa a não mais ser percebida. Quanto mais rico, menos será visto como negro  pelos outros e por ele mesmo. Dinheiro e invisibilidade são antônimos.
Quando Freeman pergunta "- Qual é o mês da consciência branca?", a resposta é fácil: todos os outros onze meses do ano, já que o que domina nas Américas é o ideário eurodescendente.”

Para corroborar com o argumento acima, seguem duas publicações recentes. Na semana passada, o virtuoso cantor, Djavan, esteve em Florianópolis e cedeu entrevista ao Jornal do Almoço. Quando perguntado (por volta de 08min30s) se já havia sido discriminado por ser negro, ele respondeu:
“- É óbvio. O negro sofre preconceito desde que nasce até o final da vida. Mas as coisas vão se transformando. Uma pessoa quando fica famosa, conhecida por todos, as outras vão se relacionando de forma diferente. É como se você perdesse a cor e adquirisse uma cor válida para todos, digamos. Mas, mesmo assim, você sofre preconceito (...) O negro, de um modo geral, deve demonstrar dupla capacidade para poder conseguir as coisas. E eu conclamo a comunidade negra a brigar diariamente pelo nosso espaço. É difícil, mas a gente consegue. (...)”

A segunda publicação: “Atriz Lupita Nyong'o é eleita a mulher mais bonita do mundo pela Revista People.”. A matéria causa a seguinte reflexão: será que o resultado da eleição da revista só aconteceu por Lupita ter conquistado o título de melhor atriz coadjuvante de 2014, pelo filme 12 Anos de Escravidão?

Festival: O Pulo do Gato

            No dia 10 de maio, no Ginásio Municipal Nagib Sallum, acontecerá mais uma edição do Festival: O Pulo do Gato – Acrobacias de Capoeira.
            Será a partir de 09h e a entrada é 01 kg de alimento não perecível.


sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa


Feliz Páscoa

Há cerca de dois mil anos, nascia uma criança que transcenderia as barreiras das religiões; que seria querida e tida como referência por seguidores de diferentes credos e até mesmo por pagãos. O Ocidente, com sua cultura predominantemente eurodescendente, insiste em mostrar sua imagem como a de um loiro de olhos azuis, estilo hollywoodiano, impresso em milhares de quadros artísticos e estatuetas mundo a fora. Com o filtro do senso crítico e dos estudos, muitos desses na própria vivência da Capoeira - por meio do contato com os microorganismos das rodas em que ficamos com os pés e mãos sujos -, e nos diálogos extra-sensoriais com os mestres veteranos, torna-se fácil tirar a máscara ideológica e ver a real face desse homem maravilhoso.
De pele escura e cabelos pixaim, ele andava entre os leprosos e os mendigos, curava-os, encantava-os, da mesma forma que encantava e fazia renderem-se às suas reflexões os grandes filósofos. Infelizmente, a força do capital faz com que essa biografia fique em segundo plano para a maioria das pessoas. Mas, sempre é hora de exaltar suas falas, entre as quais se destacam duas: “Bem aventurados os homens de boa vontade”, já que a boa vontade supera a falta de talento e transfere um homem da ignorância para a sapiência; e “Ama ao próximo como a ti mesmo”, aqui se incluem todos os seres vivos, o respeito à flora, e a todos que colaboram para o ecossistema capoeirístico, especificamente.
Páscoa é renascimento de Jesus e dos ideais de esperança; significa passagem. Portanto, é hora de propor mudanças internas e ressurgimentos em nosso proceder.


terça-feira, 8 de abril de 2014

Atualização 2014 04 08


O Massacre de Ruanda

No dia 07 de abril de 1994, iniciou-se o Massacre de Ruanda. Foram mais de oitocentas mil pessoas assassinadas em menos de 100 dias numa guerra civil entre as etnias Tutsi e Hutu. Para relembrar e refletir sobre esse que foi um dos maiores genocídios do mundo, o governo de Ruanda estabeleceu luto de 100 dias a partir de ontem (07).
Sobre o tema, vale assistir ao sensacional filme Hotel Ruanda (2004).

Roda da Vela

            No próximo dia 17 (quinta), acontecerá mais uma edição da Roda da Vela.
            Será às 20h, no Centro de Artes Marciais (CAM) de Biguaçu.
Participe.

Ditadura e Escravidão

         Em 2014, completam-se 40 anos do golpe que deu início à Ditadura Militar e aproximadamente 480 anos da chegada do 1º Navio Negreiro vindo do Continente Africano. Ambas as ações foram efetivadas pelo Estado, ou seja, oficiais. Logo, reconhecer o erro e indenizar as vítimas das atrocidades desses vergonhosos momentos de nossa história também devem ser ações estatais
      Nesse paralelo, é notável que as Ações Afirmativas, especificamente a Política de Cotas, servem como reparação histórica.