Feliz Páscoa
Há cerca de dois mil anos,
nascia uma criança que transcenderia as barreiras das religiões; que seria
querida e tida como referência por seguidores de diferentes credos e até mesmo
por pagãos. O Ocidente, com sua cultura predominantemente eurodescendente,
insiste em mostrar sua imagem como a de um loiro de olhos azuis, estilo
hollywoodiano, impresso em milhares de quadros artísticos e estatuetas mundo a
fora. Com o filtro do senso crítico e dos estudos, muitos desses na própria
vivência da Capoeira - por meio do contato com os microorganismos das rodas em
que ficamos com os pés e mãos sujos -, e nos diálogos extra-sensoriais com os
mestres veteranos, torna-se fácil tirar a máscara ideológica e ver a real face
desse homem maravilhoso.
De pele escura e cabelos
pixaim, ele andava entre os leprosos e os mendigos, curava-os, encantava-os, da
mesma forma que encantava e fazia renderem-se às suas reflexões os grandes
filósofos. Infelizmente, a força do capital faz com que essa biografia fique em
segundo plano para a maioria das pessoas. Mas, sempre é hora de exaltar suas
falas, entre as quais se destacam duas: “Bem
aventurados os homens de boa vontade”, já que a boa vontade supera
a falta de talento e transfere um homem da ignorância para a sapiência; e “Ama ao próximo como a ti mesmo”, aqui
se incluem todos os seres vivos, o respeito à flora, e a todos que colaboram
para o ecossistema capoeirístico, especificamente.
Páscoa é renascimento de Jesus e dos ideais de esperança;
significa passagem. Portanto, é hora de propor mudanças internas e
ressurgimentos em nosso proceder.
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