domingo, 19 de maio de 2013

Coluna Fala Capoeira 2013 05 18


Criatividade?

            Querendo adentrar o mundo do futebol, o multiartístico Carlinhos Brown pisou na bola. No embalo da vuvuzela usada na Copa da África do Sul, e pensando numa forma de ganhar muito dinheiro, o criador da Timbalada quis inventar algo para ser usado na Copa que acontecerá no Brasil e acabou em uma gafe sem precedentes. Tudo porque o que ele afirma ter criado não passa de um caxixi, instrumento originário da África usado há muito no acompanhamento do berimbau e em rituais e liturgias religiosas, conforme conta Priscila Maria Gallo em sua tese “Caxixi: Um Exemplar da Percussão Afro-Brasileira e Sua Contribuição para Reflexões de Perspectiva Etnomusicológica”.
O Percussionista Naná Vasconcellos argumentou: “É fora do contexto da nossa forma de se comportar em estádios de futebol. A gente celebra de uma maneira diferente. Vão gastar um dinheiro danado com isso para imitar a vuvuzela da Copa passada. Mas a caxirola vai virar um objeto agressivo. A gente não precisa disso”.
Naná estava certo. Na estreia da caxirola ocorrida em Salvador, justo num clássico do futebol local, os jogadores foram atacados por centenas de caxirolas vindas das arquibancadas.

Marina I

            Penso que chegará o dia em que não haverá mais decepção, pois tudo o que é improvável anda acontecendo; e assim, vamos acostumando-nos com as surpresas. A última inacreditável que se tornou acreditável foi a ex-Senadora Marina Silva defendendo o Pastor Marcos Feliciano, o repugnante presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional.
Eu acreditava nela.

Marina II

            O que faz com que não desistamos da luta vem muitas vezes em subtextos, em palavras chaves, em sonhos, em canções etc. Quando estava lamentando a defesa de Marina Silva citada na outra nota, ouvi no rádio outra Marina, a cantora Marina Lima, que está de volta à cena musical após longo período inerte. O samba interpretado por ela chama-se “Tom Maior”, de autoria de Martinho da Vila, e diz o seguinte em relação à geração de um filho:
“...E então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensiná-lo a viver 
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade 
Só vai cantar em Tom Maior
Vai ter a felicidade de 
Ver um Brasil melhor.”

Agostinho Borba
 
            Um salve para o Agostinho Borba, que no aniversário de Biguaçu, sexta-feira à meia-noite, exaltava o bom samba cantando Cartola, Nelson Cavaquinho, Netinho Borba, para um seleto grupo de espectadores. Depois de ver muitas crianças e jovens se afogando no álcool em plena praça, eu precisava ouvir o Agostinho para me recompor.
            Axé, irmão.


Próxima roda

            Sábado é dia de roda de Capoeira Regional na Praça Central de Biguaçu, às 10h. Caso chova, a roda acontece no Casarão Born.

8º Festival: O Pulo do Gato - Resultados


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