Criatividade?
Querendo
adentrar o mundo do futebol, o multiartístico Carlinhos Brown pisou na bola. No
embalo da vuvuzela usada na Copa da África do Sul, e pensando numa forma de
ganhar muito dinheiro, o criador da Timbalada quis inventar algo para ser usado
na Copa que acontecerá no Brasil e acabou em uma gafe sem precedentes. Tudo
porque o que ele afirma ter criado não passa de um caxixi, instrumento originário
da África usado há muito no acompanhamento do berimbau e em rituais e liturgias
religiosas, conforme conta Priscila Maria Gallo em sua tese “Caxixi: Um
Exemplar da Percussão Afro-Brasileira e Sua Contribuição para Reflexões de
Perspectiva Etnomusicológica”.
O Percussionista Naná
Vasconcellos argumentou: “É fora do
contexto da nossa forma de se comportar em estádios de futebol. A gente celebra
de uma maneira diferente. Vão gastar um dinheiro danado com isso para imitar a
vuvuzela da Copa passada. Mas a caxirola vai virar um objeto agressivo. A gente
não precisa disso”.
Naná estava certo. Na
estreia da caxirola ocorrida em Salvador, justo num clássico do futebol local,
os jogadores foram atacados por centenas de caxirolas vindas das arquibancadas.
Marina I
Penso que chegará o dia em que não
haverá mais decepção, pois tudo o que é improvável anda acontecendo; e assim,
vamos acostumando-nos com as surpresas. A última inacreditável que se tornou
acreditável foi a ex-Senadora Marina Silva defendendo o Pastor Marcos Feliciano,
o repugnante presidente da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional.
Eu acreditava nela.
Marina II
O que faz com que não desistamos da
luta vem muitas vezes em subtextos, em palavras chaves, em sonhos, em canções
etc. Quando estava lamentando a defesa de Marina Silva citada na outra nota,
ouvi no rádio outra Marina, a cantora Marina Lima, que está de volta à cena
musical após longo período inerte. O samba interpretado por ela chama-se “Tom
Maior”, de autoria de Martinho da Vila, e diz o seguinte em relação à geração
de um filho:
“...E
então quando ele crescer
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensiná-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade
Só vai cantar em Tom Maior
Vai ter a felicidade de
Ver um Brasil melhor.”
Vai ter que ser homem de bem
Vou ensiná-lo a viver
Onde ninguém é de ninguém
Vai ter que amar a liberdade
Só vai cantar em Tom Maior
Vai ter a felicidade de
Ver um Brasil melhor.”
Agostinho Borba
Um salve para o Agostinho Borba, que
no aniversário de Biguaçu, sexta-feira à meia-noite, exaltava o bom samba
cantando Cartola, Nelson Cavaquinho, Netinho Borba, para um seleto grupo de espectadores.
Depois de ver muitas crianças e jovens se afogando no álcool em plena praça, eu
precisava ouvir o Agostinho para me recompor.
Axé, irmão.
Próxima roda
Sábado é dia de roda de Capoeira Regional na Praça
Central de Biguaçu, às 10h. Caso chova, a roda acontece no Casarão Born.
8º Festival: O Pulo do Gato - Resultados
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