segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Gildo Alfinete: o porta-voz da felicidade

Fisicamente, eu o conheci em 2001. Antes disso, nos livros e revistas de Capoeira. É clássica a foto da equipe de Mestre Pastinha – a qual Gildo Alfinete fazia parte -  rumo a Dakar, ao Festival Internacional de Artes Negras. Todo capoeira conhece essa foto. Gildo contava com muito orgulho sobre a amizade que fez com Paulinho da Viola, artista que também foi nessa viagem à África representando o Samba.
O Samba... Gildo gostava muito. O fato de eu tocar cavaco e banjo concretizou nossa amizade. Por várias vezes, tocamos até o sol raiar: na inauguração do Forte da Capoeira; em um de meus aniversários; na companhia dos Mestres Nenel e Boinha no Nordeste de Amaralina... quanta lembrança boa!
Mestre Gildo abriu as portas da Bahia para mim e para muitos outros. Era um anfitrião inigualável. Por intermédio dele, conheci tanta gente e estabeleci tantas amizades... Ele esteve presente em minha formatura de professor (2002) e no meu reconhecimento de Mestre (2008), mas o que mais marcou a sua presença por aqui foi a sua vinda em 2004, juntamente com os Mestres João Pequeno, Vuê, Neco e Ciro. Visitamos dezessete escolas, e em todas elas o Mestre era um sorriso só, fazia mágicas, cantava, contava piadas.. era uma eterna criança, no sentido de ser um porta-voz da felicidade.
O 12 de Outubro já era uma data nobre, e é agora ainda mais por ser a data de passagem do grande amigo e conselheiro do Projeto Capoeira na Escola, Mestre Gildo Alfinete.
Quem quiser sentir a energia do Mestre, vá à Piedade, Bahia. Ela sempre estará por lá com muita força.
Axé.





Mestre Ciro discursa. Sentados: Mestres João Pequeno, Gildo Alfinete e Tuti. (ABCA)

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