segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Coluna Fala Capoeira 2012 08 22

Festival de Cantigas
           
A coluna de hoje traz as explicações, sob o ponto de vista do Projeto Capoeira na Escola, sobre as diferentes formas de cantigas usadas na Capoeira. Frisando que o Festival de Cantigas acontecerá neste sábado, às 15h, no Casarão Born, Centro de Biguaçu.

Ladainha

Tradicionalmente entoada nas rodas de Capoeira Angola, são cantadas antes do início do jogo por um Mestre - o mais velho e/ou mais considerado - ou, com a autorização do Mestre da Roda, por um dos capoeiristas agachados ao "pé do Berimbau". Traz em seus conteúdos a história da Capoeira; de seus grandes personagens; concepções de mundo; orientações; entre outros.
Enquanto a ladainha está sendo entoada, é preciso concentração máxima para entendimento da mensagem que nela está contida. A Ladainha é cantada em toque de Angola ou São Bento Pequeno; não tem acompanhamento de outros instrumentos além dos berimbaus; não há jogo e nem palmas, sendo sempre seguida de louvação e depois pelo corrido, explicado na coluna anterior.

Chula

É feita para homenagear os mestres; as origens ou a cidade em que nasceu ou está no momento. Pode ainda fazer alusão a fatos históricos, lendas ou algum outro elemento cultural que diga respeito à roda de Capoeira. É comum aos cantadores da roda usar a chula como introdução para os corridos.
A Chula pode ser dividida em lentas e corridas:
Chulas Lentas: mesma estrutura que a ladainha e mesma forma de composição, diferenciando-se por não terminar em louvação, podendo ter coro no meio ou no final e por repetidas vezes. Necessariamente é cantada em ritmo lento.
Chulas Corridas: composições na maioria das vezes de histórias alegres. Nessa forma de cantiga o capoeirista fala de suas aventuras, amores, grandes mestres, sempre em ritmo rápido.

Obs: Muitas chulas são compostas com a inclusão de estrofes em um Corrido, ou seja, em alguns casos de chulas, quando a estrofe é retirada, têm-se um corrido.

Quadra

Cantiga associada à Capoeira Regional criada por Mestre Bimba, a Quadra é acompanhada por um berimbau e dois pandeiros (charanga). É formada por uma estrofe curta de no mínimo quatro versos. O conteúdo entoado pode variar de acordo com a criatividade do compositor, que pode fazer brincadeiras ou advertências; falar de lendas ou figuras importantes da Capoeira; e até fatos corriqueiros como a visita de um amigo em sua casa ou o porquê o vizinho ‘enricou’ e seu pai não, sendo esse trabalhador e religioso.
As Quadras são finalizadas com louvação e “Volta do mundo” - ou 'vorta', conforme linguajar popular de época – sendo também a frase que dá início ao jogo da Capoeira Regional. Os toques de Berimbau: “São Bento Grande da Regional”; “Banguela” e “Idalina”, são os ideais para se cantar uma Quadra.

Samba de roda

É um ritmo tradicional afro-brasileiro, típico da Bahia, associado a uma dança, que por sua vez acompanha a Capoeira desde longa data. Os cativos reuniam-se para esquecer as agruras do dia-a-dia. As rodas são sempre cheias de alto astral e nelas as mulheres mostram toda a sua sensualidade de maneira graciosa. Geralmente, o Samba-de-roda começa após o encerramento das rodas de capoeira gerando a descontração de todos.

Maculelê

Maculelê tem como característica principal a batida de bastões uns contra os outros, sendo uma dança de forte expressão dramática ao ritmo das batidas de atabaque e ao som de cantigas em dialetos africanos ou em linguagem popular. Saltos, agachamentos, cruzadas de pernas, entre outros, são os passos da dança do Maculelê. Além dos bastões, o Maculelê pode utilizar facões ou tochas de fogo.



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