segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Atualização 2020 11 30

Novembro das resistências

          Findando mais um novembro, e longe da pretensão de esgotar todos os fatos ligados à Capoeira e à cultura afro-brasileira, sempre é importante rememorar alguns nomes marcantes em dias diferentes desse mês.

Sobre Cruz e Souza, o grande poeta brasileiro, nascido na antiga Desterro (hoje Floripa) no dia 24/11/1861, é motivador estar no Centro da Capital de Santa Catarina e poder contemplar o lindo e gigantesco painel produzido pelo artista Rodrigo Rizo.

No dia 13/11/1981, Mestre Pastinha deixa o corpo para se eternizar na memória de todos os capoeiristas, independentemente da linhagem que pratiquem.

Já em 23/11/1899, nascia Mestre Bimba, responsável pela descriminalização da Capoeira e pela sua expansão no mundo. Em breve aqui, será publicada nota sobre recente achado de discos de Mestre Bimba em um sebo, datados de 1953 e que trouxeram novos elementos para estudos sobre Capoeira Regional.

Dos viventes, vale falar da grande cantora Alcione, aniversariante no último dia 21. Mas antes, vem ao caso relembrar de um ato marcante para a História do País, ocorrido no dia 30 de novembro de 1979, em Florianópolis.

A Novembrada, como ficou conhecido o acontecimento, ocorreu com a vinda do presidente militar João Batista Figueiredo, o último da Ditadura, a Santa Catarina. Houve confronto violento no Centro da cidade e o presidente teve que sair às pressas. O episódio foi retratado mais tarde em um curta-metragem do diretor Eduardo Paredes, que foi premiado no Festival de Gramado e contou com Lima Duarte como ator principal, com a presença nas figurações de vários capoeiras (Mestre Pop, Moriel, Tuti, Júnior, China entre outros) e de diversas personalidades ilhéus no elenco. O filme completo está disponível no youtube em diferentes canais.

Para concluir, a relação entre a Novembrada e Alcione, sintetizada em seu gesto no último fim de semana, está na luta pela democracia, pelo fim da intolerância em todos os aspectos, sobretudo às religiões de tronco africano e ao próprio samba, fortalecidos e ressignificados no Rio de Janeiro de outrora, mas rebaixados e pejorativados por gestores atuais que escondem atrás das bíblias o que os une: o falso moralismo.

Salve o novembro negro, salve a Alcione e seu chapéu do malandro capoeirista, Zé Pelintra!




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