quinta-feira, 13 de maio de 2021

13 de Maio: Dia de tirar a máscara?

        Sim! Porém, não falo da máscara que protege contra a Covid 19, por sua vez, essencial neste momento de grandes perdas para a humanidade. A máscara à qual me refiro é a colocada na História do Brasil, insistentemente revisitada por extremistas de pouco estudo (ou nenhum) com o objetivo de minimizar a diáspora de sangue, suor, sofrimentos de toda a sorte pelos quais passaram os escravizados africanos e seus descendentes.

        Para esses, não adianta falar que o processo de escravidão no Brasil foi um genocídio que trouxe a morte de milhões de pessoas; que atrasou o desenvolvimento do país; que a desigualdade social atual é também étnica; que o racismo é a herança nefasta daquele período e que fica evidente quando olhamos os quadros de chefia em qualquer esfera; que as estruturas privadas e públicas sempre apresentam um tratamento negativo e diferenciado para os negros brasileiros; e que a Abolição, formalizada em 13 de maio de 1888, não foi um ato benevolente de abolicionistas e da Princesa Isabel – tanto que não houve plano estatal para as pessoas antes escravizadas -, mas uma busca pelo branqueamento da população imposto pela nova força de produção: o assalariado trabalhador e a influência da indústria emergente na Europa.

        Mas como ‘contra fatos não há argumentos’, quem sabe analisando as rotas de navios negreiros, descobrindo inclusive o nome dos navios e para onde iam, a quantidade de escravizados, o número de mortos, a idade e outras estatísticas, possa se iniciar uma queda de máscara. Isso pode acontecer analisando o site 'slave voyages', um meta-estudo produzido em parceria por centenas de universidades, que resultou no mais completo banco de dados sobre a escravidão de africanos nas Américas.



https://www.slavevoyages.org/

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