terça-feira, 12 de julho de 2011

Coluna Fala Capoeira 2011 07 11

CERPALO

            Ano passado, a Associação Cultural Capoeira na Escola esteve em Paulo Lopes participando da força-tarefa numa comunidade remanescente de quilombo. Dessa forma, constatamos ao vivo o perfil - ressalvadas exceções - dessas comunidades espalhadas pelo país: a pobreza herdada desde os tempos da pseudoabolição brasileira.
            A situação nessas comunidades contribui significativamente para as desigualdades sociais registradas nas pesquisas estatísticas, ou seja, se pensamos num país melhor, temos de pensar melhorias aos remanescentes de quilombo. O poder público anda a passos de tartaruga com a elaboração, regulamentação e aplicação das leis específicas de reconhecimento e amparo.
            Por isso, destaco a felicidade de ver a Cooperativa de Eletricidade de Paulo Lopes (CERPALO), entidade privada, fazendo a sua parte possibilitando que os consumidores quilombolas e indígenas tenham o desconto de 100% nas contas de luz. Ações como essa são motivadoras e transmitem esperança.

Terminologia I

            A nota publicada na última coluna do mês de junho, “Drogas lícitas e o tráfico” (acesso no sítio: capoeiranaescola.org.br), rendeu algumas discussões por e-mail. Uma delas era relativa ao uso do termo “tráfico”, que em vez, supostamente, deveria ser usado “contrabando”. Vejamos no “pai dos burros”:
- Contrabando: Importação ou exportação clandestina de mercadorias, sem pagar os direitos devidos; Comércio proibido; Ato mau, praticado às ocultas.
- Tráfico: Comércio, trato mercantil; tráfego; Negócio indecoroso.
            Concluindo e ratificando: a descriminalização não acaba com o tráfico e/ou contrabando, como queiram.

Terminologia II

            Como o tema sobre a descriminalização está em voga, torna-se importante tratar de mais uma reflexão: O certo é ‘Legalização’ ou ‘Descriminalização’?
            ‘Descriminalizar’ é fazer com que o uso (apenas) não seja crime, e ‘Legalizar’ é tornar legal, possibilitando a venda em farmácias, bares, supermercados. Assim, alguns tentam distinguir, mas um termo não existe sem o outro. Para evitar a indução dos jovens ao consumo - por associarem o termo ‘legalização’ ao fato de ser uma coisa legal, interessante - é mais prudente utilizar ‘descriminalização’ apenas.

110 anos de Antonieta de Barros

Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis, em 11 de julho de 1901. Marcada desde cedo pela pobreza, aprendeu com a mãe, uma lavadeira, a enfrentar as barreiras impostas pela origem humilde e pelo preconceito de cor. Aos dezessete anos, com a ajuda de um amigo da família, ela ingressou na Escola Normal para tornar-se professora.
Em diversos discursos, Antonieta dizia que a educação era o caminho para o futuro: "Educar é ensinar os outros a viver; é iluminar caminhos alheios; é amparar debilitados, transformando-os em fortes; é mostrar as veredas, apontar as escaladas, possibilitando avançar, sem muletas e sem tropeços; é transportar às almas que o Senhor nos confiar a força insuperável da fé”.
Foi a primeira mulher e primeira entre os negros catarinenses a se eleger para uma cadeira na Assembleia. Faleceu em 28 de março de 1952, vítima de complicações diabéticas, mas é lembrada até hoje como mulher ilustre, que levava o sonho de construir um Brasil mais igualitário, com educação e trabalho para todos.

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