terça-feira, 19 de julho de 2011

Coluna Fala Capoeira 2011 07 18

Noite do Conto

            Sentir-se como um Griot (pronúncia: griô): essa é a proposta da “Noite do Conto”. Mas, o que é um Griot? É uma expressão que designa o ‘contador de história’, o guardião da memória responsável pela transmissão, de forma oral, de conhecimentos ancestrais dos povos tribais africanos; sendo, assim, de muita relevância para a integração entre jovens e adultos.
            Valem duas citações para entendermos a importância da história oral. A primeira é a de que a escrita tem aproximadamente quatro mil anos, enquanto a história oral, quinze mil anos. A segunda é a fala de Amadou Hampatê Bá, um tradicionalista africano, que disse: “cada velho que morre é uma biblioteca que desaparece”.
            Dessa forma, não visando finais felizes ‘hollywoodianos’, e nem imposição de valores morais por parte dos contadores, a Associação Cultural Capoeira na Escola promoverá a “Noite do Conto”. Será no próximo sábado, às 19h, no Casarão Born, Centro de Biguaçu.
            Como forma de garantir um bom andamento do evento, sugerimos alguns procedimentos:
- os temas e formas de expressão são livres e vão de comentários sobre uma música escolhida; sobre a origem de seu nome; contar uma lenda ou história de ninar ouvida quando criança; contos africanos, etc.;
- evitar histórias usuais em correios eletrônicos (correntes; ficções virtuais e lendas urbanas); e
- programar para que a sua história não passe de sete minutos, já que haverá várias pessoas aguardando a vez.
            Segundo Marilene Melo: “Contar e ouvir histórias são formas de manter a socialização entre os indivíduos, compartilhando experiências. O poder de usar a palavra nos possibilita fazer a tarefa do Griot, ouvindo a voz do outro, aprendendo e repassando saberes, reconstruindo histórias, recriando enredos; seremos os portadores das vozes guardadas no passado mais recente, do momento de aculturação da história do povo africano.”.
            Sinta-se um Griot. Participe da “Noite do Conto”!

O Poder da Criação

Em 1968, a ‘Bienal do Samba’ premiava Elis Regina por cantar a música “Lapinha”, de Baden Powell e Paulo Cesar Pinheiro. O refrão, “Quando eu morrer me enterre na Lapinha...”, era frequente nas rodas de Capoeira e Mestre Pastinha o imortalizou em seu disco. A música cantada por Elis era uma homenagem a Besouro Cordão de Ouro, capoeirista lendário que recentemente teve sua história mostrada em filme.
Depois da premiação com Elis Regina, Paulo Cesar Pinheiro começou a conquistar o seu espaço dentro da música brasileira tendo centenas de músicas gravadas nas vozes dos mais diversos artistas. Entre as suas parcerias, a com João Nogueira rendeu a música “O Poder da Criação”, em que se descreve a simbiose entre corpo e intuição, geradora das mais belas poesias.
No último dia 06 de julho, Paulo Cesar Pinheiro recebeu dois prêmios: o de melhor álbum regional e melhor projeto visual, no 22º Prêmio da Música Brasileira, com o seu novo trabalho – novamente tendo como fonte a Capoeira – intitulado “Capoeira de Besouro”. A cerimônia aconteceu no Teatro Municipal do Rio de Janeiro contando com Zeca Pagodinho, Monarco, Mauro Diniz, Emílio Santiago, Alcione, Elba Ramalho, Arnaldo Antunes, Lulu Santos, Vanessa da Mata, Roberta Sá, Zezé Di Camargo e Luciano entre outros vencedores das demais categorias.

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