terça-feira, 26 de julho de 2011

Coluna Fala Capoeira 2011 07 25

Livro sobre Cultura Afro-Brasileira

            Há duas semanas, foi publicada na capa do jornal 'Biguaçu em Foco' a matéria sobre o Fórum sobre Diversidade Étnico-Racial, que teve seu mais recente encontro em Biguaçu. Tal fórum é essencial para fazer valer as leis 10639/03 e 11645/08, que tratam da inclusão das temáticas afro-brasileira e indígena nas escolas, entre outras políticas públicas contra o racismo.
O que quero destacar, porém, é que na matéria foi dito que Biguaçu não tem publicações sobre Cultura Negra, e como Presidente da Associação Cultural Capoeira na Escola não posso ser omisso a essa questão. Em 2009, Biguaçu sediou a 1ª Mostra do Livro, organizada pela Associação Pró-Foot (Marquinhos do Doca e Arruda), sendo um evento de muito sucesso e que em sua programação ocorreu o lançamento do livro “Capoeira não é só jogo”; por sua vez, uma compilação sobre diversos assuntos relacionados à cultura negra.
Obviamente que apenas uma publicação local é muito pouco, mas “um” não é “zero”.

Correção: Noite do Conto

            Por conta de uma falha na publicação desta coluna, cumpre-me corrigir que a “Noite do Conto” já aconteceu no dia 23 de julho, e que por isso não acontecera no dia 30/07 como ficou subentendido.

Ilê Aiyê visita Santa Catarina
Fonte: www.pmf.sc.gov.br

O bloco carnavalesco Ilê Aiyê, de Salvador (BA), esteve representado em Santa Catarina para conhecer a história dos negros da região sul a fim de usar esse tema como enredo do bloco para o carnaval de 2012.
Ao longo de seus 36 anos de existência, o bloco levou às ruas de Salvador durante o Carnaval diversos temas relativos à história e culturas de países africanos, além da história das organizações de resistência negra no Brasil e na diáspora.
Esta ação afirmativa implementada pela entidade vem contribuindo com o fortalecimento da identidade dos afrodescendentes, transmitindo conhecimentos, fazendo educação de massa com suas canções, elevando a estima da população, minimizando as distorções e equívocos que a historiografia oficial sustentou ao longo dos séculos, acerca da África e dos seus descendentes na diáspora.
Para o Carnaval de 2012, o Ilê Aiyê retoma mais uma vez a temática, escolhendo os três estados do sul do país, que não são somente a ”terra de imigrantes europeus” e seus descendentes; mas também de um significativo contingente populacional afrodescendente, oriundos de comunidades quilombolas e negros libertos que lutaram na Guerra do Paraguai e se caracterizam pelo heroísmo anônimo, invisibilizados pelo preconceito e com histórias que precisam ser conhecidas e reconhecidas pelo Brasil.
O estado de Santa Catarina, apesar de contar com o menor percentual de população negra, dentre os estados do sul (11,7%), conta com um número elevado de comunidades quilombolas datadas do séc. XVIII, que salvaguardaram a cultura popular negra: a dança do Cacumbi, as festa populares de santos católicos, os festejos acompanhados de danças, batuques e coroações de Reis e Rainhas negros, memória de uma África real. A Invernada de Negros foi a primeira comunidade catarinense a receber, em 2004, a certificação de auto reconhecimento como remanescente de quilombo.
Para o Ilê, esse tema é a continuidade e a coerência com a sua missão de divulgar e expandir as culturas de origem africana e seus desdobramentos.

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