terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Coluna Fala Capoeira 2012 01 25

Intolerância Religiosa
            Quantas guerras já aconteceram, e continuarão acontecendo, motivadas por ideologias religiosas? Quantos fanáticos foram protagonistas de assassinatos em série? Quantos morreram, inclusive queimados, por defenderem seus dogmas?  Essas perguntas denotam o paradoxo: aquilo que deveria ser o instrumento de ‘religação’ (por isso o termo ‘religião’) entre a matéria e a espiritualidade, é usado como pretexto para justificar atos selvagens.
            Historiadores afirmam que a maior parte das religiões já sofreu rechaçamento. No Brasil, esse argumento fica evidente hoje na perseguição sofrida pelas religiões de tronco africano.
Alguns louvam com grupos musicais até de madrugada; outros tocam o sino às 06h da manhã; mas basta um atabaque ecoar num Terreiro às 22h01min. que alguém chamará a polícia. O fato lamentável ocorrido em Jaraguá do Sul - em que o Terreiro foi invadido, as imagens e decorações jogadas ao chão, atabaques quebrados e quem estava dentro algemado -, narrado nessa coluna, é bastante comum, acontecendo inclusive em Biguaçu. Sem contar as expressões pejorativas disseminadas no cotidiano das ruas e de algumas emissoras de Tv: “Umbanda é cosa do diabo”; “Chuta que é macumba”, etc..

Intolerância Religiosa II
Por tudo da nota anterior, em 2007, o então Presidente Lula assinou a lei 11635, que inclui no calendário cívico brasileiro a data 21 de Janeiro como o Dia de Luta contra a Intolerância Religiosa. A data escolhida relembra a morte da Yalorixá Gildásia dos Santos, Mãe Gilda, que após sofrer constantes ataques em informativos impressos por outra religião teve complicações de saúde e faleceu no dia 21 de Janeiro de 2000, em Salvador, Bahia.

Capoeira e MMA
O MMA está em alta, e por isso achei por bem republicar este texto sobre a Capoeira como luta:
A Capoeira nasceu como luta; era a forma dos escravos reconquistarem sua liberdade batendo no feitor armado somente com a habilidade corporal.
Existem confrontos modernos chamados de MMA (Mixed Martial Arts, antigamente chamados de Vale-tudo) em que muitos capoeiristas têm demonstrado a eficiência da Capoeira/Luta. Mestre Hulk ficou famoso há alguns anos ao ser declarado campeão de um torneio com grandes nomes das artes marciais. Depois dele, muitos outros já se valeram de técnicas de Capoeira em suas lutas. Marco Ruas, Pedro Rizzo, Delson Pé-de-Chumbo, Anderson Silva, só pra citar alguns lutadores da elite mundial que tiveram Capoeira como um de seus fundamentos.
Hoje, para ser considerado um lutador completo, necessariamente você deve praticar diversos estilos de luta. Não se representa mais uma única arte marcial em cima de um ringue. Está enganado quem pensa que será bem sucedido ao entrar num ringue ou octógono apresentando somente um perfil. Um lutador só de Jiu-Jitsu, ou só de Muay-Thai, ou só de Capoeira, em uma luta de MMA está fadado ao fracasso, com exceção de regra para um golpe de sorte qualquer, mas com probabilidade muito baixa de acontecer.
Já para ser um capoeira completo, um mestre, você deve reconhecer e acreditar na potencialidade da Capoeira em todas as suas faces e conhecer a sua história; dominar a musicalidade; ter bagagem de roda (de jogo, e não de baixarias); valorizar os mestres veteranos e os novos que tenham consciência de seu papel; respeitar todos os alunos, sendo seus ou não, e aceitar suas dúvidas/questionamentos com respostas dignas de mestre. Enfim, ser um lutador é muito mais simples do que ser um mestre na real concepção da palavra. Aliás, uma vez Mestre sempre Mestre; estará constantemente na missão de exaltar a sua arte e não de colocá-la em xeque.

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