terça-feira, 3 de maio de 2011

Coluna Fala Capoeira 2011 05 02


Projeto Subindo a Ladeira

A Associação Cultural Capoeira na Escola - tendo como base o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que afirmam ser de dever de toda a sociedade assegurar o direito à cultura, esporte e lazer para todos os homens, independente de classe social, etnia, religião e outras variáveis - propõe o Projeto Subindo a Ladeira.
Trata-se de uma iniciativa que acontece desde o ano 2000 e tem como mola-mestra a realização de etapas mensais de apresentações da cultura afrodescendente, em especial a Capoeira, nos morros e periferias com o objetivo de proporcionar a integração entre os alunos do centro urbano com os alunos mais carentes e suas comunidades; e também como forma de entretenimento, lazer e aprendizado cultural e de cidadania para todos os envolvidos.
Em cada etapa o Projeto oferece à comunidade as campanhas arrecadadas (agasalhos e brinquedos) e cestas básicas provenientes de apoios com empresas privadas e órgãos públicos. Já foram distribuídas mais de dez toneladas de alimentos em quarenta etapas realizadas nos mais diversos locais, tais como: Aldeia Indígena, Morro da Boa Vista, Morro do Ivo, Casa-Lar Municipal, Casa de Repouso Tio Alípio, Saveiro, entre outros; levando em segundo plano: descontração, lazer, cultura, música e algumas cestas básicas; e em primeiro plano o nosso amor àqueles que, mesmo sofrendo tanto com a fome, violência infantil e a falta de cidadania, nos recebem com seus braços abertos.
Seguindo as palavras de Madre Teresa de Calcutá, somos cientes de que projetos como o “Subindo a Ladeira” são ‘gotas no oceano’; mas ela mesma frisa: - “O que seria do oceano sem as gotas?”
No último sábado, a etapa aconteceu no Bairro do Horto-Florestal de São José atraindo a atenção de dezenas de pessoas da comunidade. Cerca de 200kg de alimentos foram distribuídos junto com a roda de Capoeira.

As duas faces do filme ‘Rio’

Os estereótipos presentes na sociedade atual são uma perversidade simples de identificar: o asiático é trabalhador; o baiano é preguiçoso; o negro é mais braçal, enquanto o branco mais intelectual, bem como negro é bom de bola e gosta de samba; já o alemão é viciado em chope; mulher é ruim no volante do automóvel; as pessoas com deficiência devem ser tratadas como bebês; quem é de religião de matriz africana está ligado ao mal; as loiras são burras e os homossexuais são agressivos com crianças; os tatuados e cabeludos são dependentes de maconha. Apenas alguns exemplos, que muitas vezes passam despercebidos, mas que são corriqueiros e obviamente padronizações utilizadas em detrimento de uns e valorização de quem os aplica. Em outras palavras: são construções sociais.
Ao assistir ao filme “Rio” - desenho muito bem produzido, sucesso nos Estados Unidos e agora no Brasil – a questão do estereótipo fica ressaltada. E o pior é que a produção conta com muitos brasileiros. Questionei-me: Por que o vilão tinha que ser um morador da favela, já que no Brasil os maiores e camuflados ladrões moram (não nos bairros carentes do Distrito Federal) em Brasília? Por que o ladrão da linda Ararinha Azul tinha que ser uma criança negra? O Brasil é só carnaval e biquínis? Qual é o estereótipo do Brasil lá fora?

Rádio Raça

Vale a pena conferir a web-rádio raça. Muita música em yorubá; entrevistas com líderes do movimento negro e informações. Confira: www.radioraca.com

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