O chicote do homem
Tudo muda! Infelizmente algumas coisas e pessoas para pior. As letras cheias de crítica social deram lugar ao que ele dizia não ser: “Ser artista, Pop Star, pra mim é pouco. Não sou nada disso, sou apenas mais um louco (...)”. Ou melhor, as letras até continuarão existindo, já que ele tem o dom de compor, mas agora sem o crédito de muitos brasileiros que admiravam o seu trabalho, assim como eu.
Detalho: domingo, sofá, controle remoto, descanso... Entre o vai e vem dos canais, Faustão, Dança dos Famosos, MV Bill. Ele sim, o rapper mais conhecido hoje no Brasil. O mesmo que criticava a vinda do ator Jean Claude Van Damme no Programa do Gugu ridicularizando nosso país com o seu rebolado, agora também rebola; o mesmo que falava contra as novelas da ‘Globo’, agora é um dos atores da elitizada “Malhação”.
Como explicar ao meu filho que um de nossos ídolos se perdeu? Só posso dizer para ele que tenha cuidado com o que fala hoje para amanhã não ser chicoteado pela sua própria língua. Salve, Mano Brown!
Manos e Minas
Falando em TV e Rap que não se corrompem, a TV Cultura transmite aos sábados, às 18h, o programa “Manos e Minas”. Produzido por quem leva o Hip-Hop a sério e o tem como ferramenta de inclusão social muito forte, traz para a TV a força do gueto: Rap, MC, DJ, Grafite e o Break. Confira o site: tvcultura.com.br/manoseminas
Crianças Negras têm menor chance de adoção
Por: Daiane Souza – FCP
Perto do Dia Nacional da Adoção, nota-se que ainda é alta a taxa de crianças negras que aguardam por uma família. Elas correspondem a praticamente metade das quatro mil aptas para adoção entre 29 mil órfãos que vivem em abrigos espalhados pelo Brasil. Junto a eles, outros 21% dos meninos e meninas não são adotados por possuírem problemas de saúde ou algum tipo de deficiência.
Os dados foram divulgados no último mês pelo Cadastro Nacional da Adoção (CNA). De acordo com o documento, o número de interessados é sete vezes superior ao número de órfãos, porém, o perfil procurado é de recém-nascidos brancos e saudáveis, distante da realidade encontrada nos abrigos. Outra dificuldade da Justiça está em encaixar perfis com idade acima dos três anos, do sexo masculino, e crianças que possuem irmãos.
Consciência Negra
Caso I: Estou num encontro de amigos e um deles solta uma piada de cunho racista. Causou grande constrangimento e reflexão em todos por ele próprio ser negro.
Caso II: A funcionária (negra) de uma papelaria, prestes a sair de férias, gaba-se do porvir. Outra funcionária diz que está com inveja ao que a primeira questiona: “Inveja branca, né?!”. Ela disse isso como se existisse cor na inveja, e como se a cor branca fosse a de uma inveja positiva, sem maldade; caso a inveja fosse negra, seria uma inveja maldosa, assim como a “magia branca” e a “magia negra”.
Eu vivenciei os dois casos acima recentemente e vejo que ainda há muito trabalho para que as pessoas entendam que consciência negra deve ser um hábito, e não somente uma semana de atividades em novembro. Carecemos de mudanças profundas.
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